quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Entrevista com Luís Alberto, candidato a presidente do Sindipetro Caxias



Por que lançar uma chapa de oposição à atual diretoria do Sindipetro Caxias?
Participamos da atual gestão, mas as diferenças sobre a condução das lutas e a defesa incondicional dos direitos dos petroleiros foram se mostrando incompatíveis com o atual presidente e seu principal aliado. Vimos esta dupla defender práticas estranhas à classe trabalhadora. Atitudes que se mostraram parte de uma estratégia muito negativa, que afasta os petroleiros da entidade.

A condução da campanha salarial, o Congresso Local e a elaboração da Pauta de Reivindicações, as mobilizações (não) propostas – tudo isso passou longe da categoria, reafirmando um sindicalismo de gabinete dócil ao RH. Aliás, a pressa em assinar um ACT que poderia derrotar nossa ação do RMNR foi a cereja deste bolo.

Além disso, se recusam a contratar profissionais técnicos para nos ajudar na luta pela aposentadoria especial, contra o benzeno ou na imprensa da entidade. Se não é para isso, onde aplicaremos o dinheiro? Aliás, cadê a prestação de contas?

Ao mesmo tempo, vimos que há uma demora muito grande e injustificável de encaminhar ações judiciais de interesse dos trabalhadores. Hoje há uma paralisia injustificável no Jurídico.

Como a atual chapa foi constituída?
Um grupo de 23 diretores da atual gestão resolveu não mais compactuar com estas práticas. Resolvemos permanecer como diretores de base, mas abrimos mão das liberações e criamos um grupo de oposição, o PETROLEIROS NA LUTA.

Mais recentemente, começamos a conversar com a UNIÃO DOS PETROLEIROS e outros grupos de oposição. Nossa necessidade comum é encontrar uma saída para esta situação. A dinâmica do Sindicato é se afastar cada vez mais dos trabalhadores e ficar a serviço de um grupo político que hoje tomou conta da entidade. Estas conversas foram muito positivas. Percebemos que temos mais pontos em comum do que divergências. Estabelecemos um critério ético e de respeito mútuo que se mostrou muito positivo.

Mas como será a convivência destes distintos grupos? Não vai haver novo racha?
Não tem essa de racha, estamos apostando nisso. Aliás, os divisionistas estão na outra chapa. Nos últimos 15 anos, o atual presidente e seu aliado conseguiram a façanha de promover 4 rachas na direção dos petroleiros, diminuindo, gestão após gestão, a representatividade da diretoria. Isto enfraqueceu muito o sindicato. Para reconquistar a unidade necessária é preciso respeitar as diferenças.

Temos muito mais pontos em comum do que imaginávamos. O que não pode imperar é uma sanha totalitária, uma concepção divisionista que não nos permitia enxergar um objetivo maior.

É preciso uma renovação da atual direção sindical. E isto não será possível junto com o atual presidente. Ele divide e afasta todos os que têm ideias diferentes das suas. Os companheiros Genobre e Tedesco, por exemplo, são lutadores de longa data, nunca traíram a categoria e estarão contribuindo diretamente com seu sindicato.

Do quê os petroleiros precisam? De um sindicato fracionado? De um presidente divisionista? Acho que não. Foi por isto que resolvemos construir a chapa UNIÃO NA LUTA. Para mudar o rumo desta prosa.

E a questão da FUP versus FNP? Como fica?
O Sindipetro Caxias é filiado à FUP e assim permanecerá até que os trabalhadores decidam o contrário. Nosso acordo de chapa é claro: a diretoria do sindicato não puxará este debate. Obviamente, se os trabalhadores quiserem, poderão se organizar para tal, como manda o Estatuto. Nosso compromisso é nunca desobedecer o Estatuto nem muito menos uma decisão de assembleia.

Por outro lado, seremos os campeões da unidade, nos esforçaremos para construir calendários de luta com as duas federações, lutaremos por uma pauta e mesa única de negociação com a empresa e participaremos de todos os fóruns aos quais formos convidados, sejam estes da FUP, da FNP ou de negociação com a Petrobrás.

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